Previdência Privada X Terceirização de Serviços?

Você já se perguntou o que terceirizar um serviço tem a ver com previdência privada?

Preciso fazer algo, mas não possuo conhecimento e/ou tempo. E aí?

Aí você decide terceirizar a sua decisão/responsabilidade.

A terceirização de nossas responsabilidades, se e quando feita, deve ser realizada com parceiros que efetivamente temos confiança.

Quando terceirizamos uma de nossas responsabilidades, temos a expectativa de, no mínimo, obter uma qualidade de entrega do que se contratou igual ou melhor da que seríamos capazes de fazer nós mesmos, certo?

Pois é, não é o que acontece na absoluta maioria dos planos de previdência privada!

Segundo levantamento elaborado pela Empiricus Research, considerando 1.283 fundos de previdência, 748 ou 58% dos fundos perderam para o CDI em termos de rentabilidade. Destes fundos, 692 ou 53% do total entregaram abaixo de 70% do CDI no período. E pior: 139 fundos, ou 11% deles não atingiu sequer metade do CDI.

Logo, precisamos saber se a responsabilidade terceirizada nos trará uma maior liberdade inicial adicionada a um benefício futuro, ou se apenas varreremos o problema para baixo do tapete, criando um problema maior no futuro.

Não bastasse a passividade da extensa maioria dos gestores de fundos, há ainda as insustentáveis taxas de administração e carregamento. Estas taxas apenas se sustentam no Brasil por ficarem “escondidas” dentro das altas taxas de juros e aparentes altas taxas de retorno.

Complicado de entender? Deixa eu explicar!

Imagine um país com retornos da ordem de 1% ao ano, como é normal nas economias mais desenvolvidas. Seria possível um plano de previdência privada cobrar 2% de taxa de administração e 2% de carregamento? A reposta é não! Afinal, ficaria evidente a olhos nus que o fundo teria rendimento negativo da ordem de -3%.

Já no Brasil, o gestor de previdência, sem muito esforço, compra um título do governo a 14%, desconta as taxas da ordem de 4% e te devolve cerca de 10%. Bom negócio? Bem, se considerarmos que a inflação do último ano ficou acima de 10%, isso significa ganho zero para o poupador!

O detalhe do ganho zero acima exposto pode ser considerado por alguns como razoável, já que “pelo menos não perdi nada”. É uma forma de enxergar, mas há outras. Uma delas é a de se ter, basicamente com o mesmo risco, um retorno de 5% líquido acima da inflação. É isso mesmo: retorno da ordem de 5% sem taxas de administração e carregamento!

Com este retorno, e dada a inflação de 10% ao ano, o seu montante dobraria em cerca de 5 anos. Ou seja, para cada R$ 10.000,00 aplicados, em pouco mais de cinco anos você teria R$ 20.000,00. Claro que estes R$ 20.000,00, daqui a cinco anos, não comprarão a mesma coisa que compram hoje, já que a inflação vai corroendo o poder aquisitivo do seu dinheiro. Mas já é um bom começo para entendermos a maravilha dos juros compostos, principalmente quando aplicamos os nossos recursos corretamente.

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