Planejamento financeiro é fundamental na hora de sair da casa dos pais

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Ter uma organização do orçamento é importante para assumir as responsabilidades

Fonte: ZAP em Casa Autor ZAP em Casa

 

Vontade de ter mais liberdade, de ter o seu espaço e de querer tocar a vida de forma mais independente não são os únicos fatores que devem ser levados em consideração na hora de sair da casa dos pais. Além disso, é preciso ter um planejamento financeiro para assumir as responsabilidades para que as demandas caibam dentro do orçamento. Afinal de contas, ninguém vai sair da casa dos pais pensando em voltar no primeiro aperto financeiro. Portanto, é preciso ficar bastante atento aos futuros gastos e ter um planejamento financeiro antes de ter a sua própria casa.

 

 

No Brasil, é crescente o percentual de jovens entre 25 e 34 anos que continuam vivendo na casa dos pais. Para o planejador financeiro Paulo Marostica, em muitos casos, um dos fatores para a saída mais tardia é a questão do padrão de vida. “O brasileiro de classe média e classe média alta só quer sair da casa dos pais quando tem condições de ter o mesmo padrão de vida que os pais podem dar. O detalhe é que ele esquece que os pais estão em uma velocidade da carreira de 20 a 30 anos, enquanto os filhos querem ter isso logo”, afirma.

 

Ele cita o exemplo que um jovem sai do ensino médio e vai trabalhar ganhando um salário mínimo mais benefício aos 18 anos e, se decide morar sozinho, provavelmente não vai conseguir morar em um bairro na mesma localização e no mesmo padrão que os pais. “Mesmo que ele alugue um apartamento mais barato, por R$ 1000, por exemplo, e resolva dividir com mais dois amigos, vai gastar metade do seu orçamento apenas no aluguel. Ou seja, essa estrutura o leva a ficar mais tempo na casa dos pais”, esclarece Paulo Marostica.

 

Porém, em alguns casos, o planejador financeiro aconselha a permanência por mais tempo na casa dos pais, principalmente no que diz respeito a fazer uma reserva financeira antes de se mudar para sua própria casa. “Se as relações pessoais e exigências de comportamento dos pais cabem no estilo de vida a que o jovem se propõe, é bom que ele fique o tempo suficiente para poupar o máximo possível para ter uma estrutura financeira melhor na hora de alçar o próprio voo”, sugere.
Porém, se chegou a hora de deixar a casa dos pais, alguns cuidados são necessários. “Primeiro é preciso poder para depois querer”, alerta o planejador financeiro. Ele afirma que, neste estágio inicial da vida, muitas vezes é melhor pagar um aluguel do que se comprometer a comprar um imóvel. “A carreira profissional não está totalmente estável ainda e pode surgir uma oportunidade melhor de emprego em outra cidade. Para comprar um imóvel e vender depois, ele vai deixar entre 5% e 6% na mesa. É melhor, neste caso, pagar um aluguel e investir em títulos, que vão render e, mais tarde, eles serão vendidos para comprar um imóvel mais definitivo”, explica.

 

Ter estabilidade profissional também é importante. “Não na questão de ter um emprego estável em determinada empresa, mas de ter segurança profissional na profissão de uma forma geral para garantir uma maturidade de renda para arcar as despesas sem afetar a capacidade de poupança”, afirma Marostica. Além disso, em muitos casos, a saída da casa dos pais está atrelada à ideia de formar uma família. “Neste caso, é bom porque porque a pessoa pode compor a renda com o companheiro, ou seja, vai poder dividir as despesas”, completa.

 

Por fim, é preciso fazer um balanço de gastos, colocar tudo na ponta do papel para entender se as contas cabem no orçamento. “Tem que colocar todos os gastos: telecomunicação, condomínio, alimentação, faxina, aluguel ou prestação são alguns exemplos dos gastos que serão assumidos”, detalha o planejador financeiro. Ele afirma que nesta idade não é hora de se preocupar com conforto, mas sim em ter uma poupança. “Na hora de sair da casa dos pais, a pessoa vai assumir um monte de despesas e atitudes no dia a dia podem ajudar a economizar. A ideia é não ficar na base da preguiça, por exemplo. Se tem um estacionamento de R$ 10 ou você pode estacionar de graça e caminhar 50 metros, escolha a segunda opção. São pequenas despesas no dia a dia que podem fazer a diferença no orçamento no fim do mês”, diz.

 

Outras atitudes simples podem fazer com que os gastos sejam menores e se adequem melhor ao bolso. “As empresas oferecem possibilidades inteligentes de combos, como internet mais televisão a cabo. No caso de um casal, eles podem avaliar se é preciso ter dois carros. É preciso avaliar o que vai comprar no supermercado ou se vai comer mais fora para não gastar sem necessidade”, complementa Paulo Marostica.

Cinco dicas para quem pretende sair da casa dos pais:

– Coloque no papel todos os futuros gastos, seja com aluguel, prestação, contas de energia, água, gás e telefonia, além de uma previsão de gastos com supermercado, faxina e saídas para ver se a mudança é viável;

– Considere gastos iniciais para a mudança e para a estrutura da nova casa, como móveis, eletrodomésticos e utensílios;

– Caso o orçamento vá ficar muito apertado, cogite dividir o apartamento com outra pessoa e, assim, dividir os gastos também;

– Encontre um imóvel que caiba no seu bolso, seja o aluguel ou o valor da prestação;

– Antes de se mudar, faça uma reserva financeira para não ser pego desprevenido e precisar voltar para a casa dos pais no primeiro imprevisto;

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