A exemplo de tudo que nos é oferecido em matéria de produtos financeiros, não existe almoço grátis! Portanto, ao nos depararmos com um consórcio, teremos sempre prós e contras. Vamos aqui explorar algumas situações sobre o porquê de contratar ou não um consórcio.
Um consórcio é uma “poupança” coletiva, na qual diversas pessoas pagam mensalmente suas parcelas para, ao final, receber o montante corrigido ou a carta de crédito a para compra de um determinado bem móvel ou imóvel. As parcelas pagas pelos consorciados, aqueles que aderiram ao consórcio,têm basicamente 4 destinos:
1- Uma parte é utilizada para remunerar o administrador do consórcio, chamada taxa de administração;
2- Outra parte é reservada para pagar antecipadamente um consorciado sortudo, que irá receber, se sorteado, todo o valor ou equivalente ao bem hoje, e continuará pagando as suas parcelas até o final;
3- Uma fração ficará à disposição para contemplar os consorciados que optarem por dar um lance. Na prática, funciona como se um consorciado adiantasse várias parcelas e aqueles com mais parcelas adiantadas recebem o valor equivalente ao bem hoje.
4- Por fim, o maior pedaço fica para o final das parcelas. Quem não foi sorteado ou não teve seu lance contemplado poderá receber, ao final da quitação das parcelas, o equivalente ao valor do bem já corrigido.
Com as noções básicas de um consórcio já explicadas, vamos ao que interessa:
O primeiro ponto é a taxa de administração. O STJ estabeleceu, em 2006, que o limite não pode ser superior a 12% do valor do bem. Logo, quanto menor a taxa de administração, melhor.
Dada uma taxa de administração civilizada(na minha opinião, menor que 3%), o consórcio valerá a pena em duas hipóteses: sendo você uma pessoa sortuda que será sorteada logo no início (é difícil), ou, pensando mais racionalmente, tendo você cerca de 50% do valor do bem para ofertar um lance (50% pode ser pouco a depender do tipo de consórcio, mas, na média, é o suficiente).
Assim, se não formos contar com a sorte, o que aconselho, e formos contar com dinheiro no bolso para darmos um lance, a lógica é simples. Caso contemplado, por ter dado um lance de, digamos, 50% do valor do bem, você receberia 100% de seu valor hoje e pagaria só 30 parcelas ao invés das 60 que faltam. O bem, entretanto, ficaria alienado, isto é, em nome da instituição até que você pague as 30 parcelas restantes.
Portanto, se a taxa de administração for alta e/ou você não tiver interesse ou disponibilidade para ofertar um lance, dificilmente o raciocínio financeiro indicaria a participação em um consórcio.
Já para aqueles poupadores indisciplinados, que conseguem poupar apenas com boletos para pagar, o consórcio sana este problema. O grande detalhe é a que custo estamos sanando a nossa indisciplina financeira. Para sanar esta indisciplina pode valer mais a pena abrir conta em corretoras, que são exclusivas para investimentos. Abrir a conta em uma corretora de valores e aplicar os recursos pode reduzir a tentação de se gastar o montante “parado” na conta corrente do banco.
O fator mais interessante a se considerar neste ano que acaba de começar é que as taxas de juros devem cair consideravelmente. A inflação já emite sinais de arrefecimento e, com as taxas de juros se mantendo elevadas, a capacidade financeira do Estado brasileiro em honrar suas dívidas e fazer investimentos pode ser ainda mais prejudicada.
Boa parte dos investidores até já deve ter a noção de que os juros vão cair, mas daí surge a dúvida: é preciso tomar alguma atitude? O investidor comum – ou mal assessorado – pode perceber este movimento tardiamente, perdendo assim a “virada de chave” do mercado.
Para ilustrar, a maior parte dos fundos de renda fixa no Brasil deve ter rendido algo entre 11% e 14% em 2016, trazendo ao investidor um ganho real (descontando a inflação) que pode variar entre 4% e 7%. Entretanto, este ganho deve ser menor em 2017. Para o investidor que faz poupança de longo prazo, pensando em uma aposentadoria confortável, há uma oportunidade de aplicar o dinheiro de forma a ter melhores retornos e manter esse rendimento atual mais alto por alguns anos, mesmo com a queda das taxas. Mas como?
A resposta é simples: investindo no Tesouro Direto. Para exemplificar as vantagens, podemos analisar as taxas que foram pactuadas no último dia 04 de janeiro. O retorno será dado pela reposição do IPCA (inflação) adicionado de 5,73%. Este é o valor bruto, pois ainda incidirão impostos entre 15% e 22,5% sobre os rendimentos, de acordo com o tempo que o recurso ficou investido. Quanto mais o dinheiro ficar investido, menor será o imposto.
O valor alocado nestes títulos pode ser sacado pelo investidor a qualquer momento, mas é preciso ter atenção. Para garantir o montante pactuado, é necessário aguardar o vencimento do título. Caso o investidor decida sacar antes, pode ganhar bem mais, em um cenário de queda de juros. Recomenda-se, nesses casos, consultar um profissional especialista em investimentos.
Voltando aos fundos, em se tratando daqueles de renda fixa, estes investem quase 80% dos recursos captados de investidores como você no mesmíssimo Tesouro Direto, mas com uma sutil diferença: eles cobram uma taxa de administração para este “serviço”. Por isso, muitas vezes é melhor buscar conhecer as opções de investimento e tomar as rédeas do próprio dinheiro, tendo em vista as oportunidades que o redesenho das taxas de juros pode criar para 2017.
Paulo Marostica, planejador financeiro, embaixador na região N/NE da Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros.
Pessoal, agora que já vimos definições, aprendemos em linhas gerais os tipos de investimento e como raciocinam os bancos no mercado financeiro, vamos falar um pouco sobre Tesouro Direto. (Vale ler opostanterior)
Lembram do conceito de Spread? As diferenças que os bancos ganham quando pegam emprestado a 11% e emprestam a 14%?
Bom, o Tesouro Direto é a mais eficiente forma de você ficar com este Spread, sem ter que dividi-lo com ninguém! Já pensou?
Pois é! O Tesouro Direto é um programa de compra e venda de títulos públicos“DIRETO”com o Governo Federal. Ou seja, eliminamos o intermediário!
E isso é seguro?
Podemos afirmar que, se o Governo Federal não conseguir honrar seus títulos, isto é, sua dívida, os bancos operando em território brasileiro dificilmente conseguirão honrar os depósitos e CDBs que você possui nele. Isso porque os bancos têm muito dinheiro emprestado ao Governo Federal, o que geraria o famoso efeito dominó.
Há bastantes detalhes que por questões de absorção de conteúdo não fomos capazes de mencionar nestes 3 artigos. Entretanto, esperamos ter sido capazes de passar uma visão macro, porém necessária, a todos os investidores iniciantes.
Agora que já sabemos os conceitos e como raciocinam os bancos, vamos falar da relação entre as taxas (importante ler o post anterior, clique aqui).
Bom, os bancos então podem emprestar recursos ao Governo, a outros bancos e a você.
Quando o Governo Federal reduz a SELIC, dizemos que o dinheiro fica mais barato. O governo está pagando menos pelo empréstimo tomado por ele, logo os bancos também irão oferecer entre si, através do CDI, dinheiro a uma menor remuneração. E, por último, você cliente será impactado, pois pagará menos pelos seus recursos também.
Então, percebam que os bancos emprestam entre si através do CDI. O CDI é sempre muito próximo à SELIC, pois o bancos entendem que o risco de se emprestar a outro banco é quase o mesmo de se emprestar ao Governo. Mas… Atenção para este “mas”…
Quando o banco te empresta ele “nunca” (ou quase nunca) vai te pagar 100% do CDI, ou seja, normalmente o seu CDB será um determinado percentual do CDI inferior a 100%. Em alguns casos 72%, em outros 80%. Se este percentual for abaixo de 100%, isso significa que é mais barato pegar emprestado com você do que com o banco concorrente.
Assim, ao invés de o banco te pagar os 14%, que é aproximadamente o que ele paga ao tomar de outro banco, vai te pagar 11%, por exemplo.
Logo, fica a lição: na hora de investir em CDB fique atento ao percentual em relação ao CDI estão te oferecendo.
Mais no próximo post, Deixando menos dinheiro na mesa – Parte 2.
Pra facilitar o entendimento vou dividir o assunto em 3 posts.
Um sobre definições. Outro sobre como pensam os bancos e o último sobre tesouro direto.
Então, primeiro, as definições iniciais:
O CDB significa Certificado de Depósito Bancário, e é o instrumento utilizado pelos bancos quando tomam dinheiro emprestado, ou seja, o cliente entrega o dinheiro para o banco e o banco entrega um CDB, que nada mais é que um certificado, para o cliente.
O CDI é o Certificado de Depósito Interbancário ou Interfinanceiro, e tem a mesma mecânica do CDB, mas, aqui, é um banco emprestando para outro banco.
A SELIC por sua vez, é utilizada pelo Governo Federal como instrumento de política monetária e serve também como referência para corrigir a dívida do governo com os seus credores.
Outra definição importante é a de cliente tomador X cliente poupador.
Cliente tomador: aquele que toma empréstimos.
Cliente poupador: aquele que tem depósitos ou aplicações em bancos.
Ok, conceitos iniciais dados. Vamos agora explicar como os bancos raciocinam:
Bom, o Governo Federal é o maior devedor do país, e é também considerado o melhor pagador, portanto mais seguro para quem empresta. Então, para continuar, vamos pensar como um banco relacionando-se com um cliente tomador!
Ora, se eu, banco, empresto para o Governo Federal e ganho 14% em um ano, com um risco mais baixo, já que Governo é bom pagador, quando eu for emprestar para um cliente cujo histórico conheço bem menos que o do Governo, é natural que eu queira 14% ao ano somado a outro percentual, 2%, 5%, 10%… a depender de quem seja.
Ainda na visão do banco, mas agora mostrando o lado de cliente poupador, que vai emprestar estes recursos ao banco:
Neste caso, eu, banco, ao emprestar ao Governo Federal com ganhos de 14% em um ano, dificilmente vou remunerar um cliente aos mesmos 14% anualmente, pois já consigo isto do Governo Federal, ou com outros bancos concorrentes. Assim, o banco vai tomar seus recursos apenas, quase sempre que puder pagar abaixo de 14%.
Estas diferenças acima e abaixo de 14%, quando o banco empresta ou toma emprestado, são chamadas de spread bancário.
Neste espaço, além de tratar dos mais variados assuntos relativos ao planejamento financeiro pessoal, iremos responder às duvidas dos leitores.
Iremos iniciar o blog com 3 posts, explicando noções iniciais acerca do funcionamento do Mercado Financeiro! Para receber as atulizações e futuros posts, cadastra-se para receber a nossa Newsletter clicando aqui.
Haverá espaço para discutirmos diversos temas relativos ao planejamento financeiro: previdência, seguros, educação financeira, planejamento tributário, financeiro e sucessório.
Será um prazer ficar à disposição para quaisquer esclarecimentos.
Me ofereceram um consórcio. E aí, vale a pena?
/0 Comentários/em Educação /por Paulo MarosticaA exemplo de tudo que nos é oferecido em matéria de produtos financeiros, não existe almoço grátis! Portanto, ao nos depararmos com um consórcio, teremos sempre prós e contras. Vamos aqui explorar algumas situações sobre o porquê de contratar ou não um consórcio.
Um consórcio é uma “poupança” coletiva, na qual diversas pessoas pagam mensalmente suas parcelas para, ao final, receber o montante corrigido ou a carta de crédito a para compra de um determinado bem móvel ou imóvel. As parcelas pagas pelos consorciados, aqueles que aderiram ao consórcio,têm basicamente 4 destinos:
Com as noções básicas de um consórcio já explicadas, vamos ao que interessa:
O primeiro ponto é a taxa de administração. O STJ estabeleceu, em 2006, que o limite não pode ser superior a 12% do valor do bem. Logo, quanto menor a taxa de administração, melhor.
Dada uma taxa de administração civilizada(na minha opinião, menor que 3%), o consórcio valerá a pena em duas hipóteses: sendo você uma pessoa sortuda que será sorteada logo no início (é difícil), ou, pensando mais racionalmente, tendo você cerca de 50% do valor do bem para ofertar um lance (50% pode ser pouco a depender do tipo de consórcio, mas, na média, é o suficiente).
Assim, se não formos contar com a sorte, o que aconselho, e formos contar com dinheiro no bolso para darmos um lance, a lógica é simples. Caso contemplado, por ter dado um lance de, digamos, 50% do valor do bem, você receberia 100% de seu valor hoje e pagaria só 30 parcelas ao invés das 60 que faltam. O bem, entretanto, ficaria alienado, isto é, em nome da instituição até que você pague as 30 parcelas restantes.
Portanto, se a taxa de administração for alta e/ou você não tiver interesse ou disponibilidade para ofertar um lance, dificilmente o raciocínio financeiro indicaria a participação em um consórcio.
Já para aqueles poupadores indisciplinados, que conseguem poupar apenas com boletos para pagar, o consórcio sana este problema. O grande detalhe é a que custo estamos sanando a nossa indisciplina financeira. Para sanar esta indisciplina pode valer mais a pena abrir conta em corretoras, que são exclusivas para investimentos. Abrir a conta em uma corretora de valores e aplicar os recursos pode reduzir a tentação de se gastar o montante “parado” na conta corrente do banco.
Corte nos juros traz oportunidades de investimento em 2017
/0 Comentários/em Blog, Educação, Investimentos /por Paulo MarosticaO fator mais interessante a se considerar neste ano que acaba de começar é que as taxas de juros devem cair consideravelmente. A inflação já emite sinais de arrefecimento e, com as taxas de juros se mantendo elevadas, a capacidade financeira do Estado brasileiro em honrar suas dívidas e fazer investimentos pode ser ainda mais prejudicada.
Boa parte dos investidores até já deve ter a noção de que os juros vão cair, mas daí surge a dúvida: é preciso tomar alguma atitude? O investidor comum – ou mal assessorado – pode perceber este movimento tardiamente, perdendo assim a “virada de chave” do mercado.
Para ilustrar, a maior parte dos fundos de renda fixa no Brasil deve ter rendido algo entre 11% e 14% em 2016, trazendo ao investidor um ganho real (descontando a inflação) que pode variar entre 4% e 7%. Entretanto, este ganho deve ser menor em 2017. Para o investidor que faz poupança de longo prazo, pensando em uma aposentadoria confortável, há uma oportunidade de aplicar o dinheiro de forma a ter melhores retornos e manter esse rendimento atual mais alto por alguns anos, mesmo com a queda das taxas. Mas como?
A resposta é simples: investindo no Tesouro Direto. Para exemplificar as vantagens, podemos analisar as taxas que foram pactuadas no último dia 04 de janeiro. O retorno será dado pela reposição do IPCA (inflação) adicionado de 5,73%. Este é o valor bruto, pois ainda incidirão impostos entre 15% e 22,5% sobre os rendimentos, de acordo com o tempo que o recurso ficou investido. Quanto mais o dinheiro ficar investido, menor será o imposto.
O valor alocado nestes títulos pode ser sacado pelo investidor a qualquer momento, mas é preciso ter atenção. Para garantir o montante pactuado, é necessário aguardar o vencimento do título. Caso o investidor decida sacar antes, pode ganhar bem mais, em um cenário de queda de juros. Recomenda-se, nesses casos, consultar um profissional especialista em investimentos.
Voltando aos fundos, em se tratando daqueles de renda fixa, estes investem quase 80% dos recursos captados de investidores como você no mesmíssimo Tesouro Direto, mas com uma sutil diferença: eles cobram uma taxa de administração para este “serviço”. Por isso, muitas vezes é melhor buscar conhecer as opções de investimento e tomar as rédeas do próprio dinheiro, tendo em vista as oportunidades que o redesenho das taxas de juros pode criar para 2017.
Paulo Marostica, planejador financeiro, embaixador na região N/NE da Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros.
Previdência Privada X Terceirização de Serviços?
/0 Comentários/em Previdência /por Paulo MarosticaDeixando menos dinheiro na mesa – Parte 2
/0 Comentários/em Educação /por Paulo MarosticaPessoal, agora que já vimos definições, aprendemos em linhas gerais os tipos de investimento e como raciocinam os bancos no mercado financeiro, vamos falar um pouco sobre Tesouro Direto. (Vale ler o post anterior)
Lembram do conceito de Spread? As diferenças que os bancos ganham quando pegam emprestado a 11% e emprestam a 14%?
Bom, o Tesouro Direto é a mais eficiente forma de você ficar com este Spread, sem ter que dividi-lo com ninguém! Já pensou?
Pois é! O Tesouro Direto é um programa de compra e venda de títulos públicos “DIRETO” com o Governo Federal. Ou seja, eliminamos o intermediário!
E isso é seguro?
Podemos afirmar que, se o Governo Federal não conseguir honrar seus títulos, isto é, sua dívida, os bancos operando em território brasileiro dificilmente conseguirão honrar os depósitos e CDBs que você possui nele. Isso porque os bancos têm muito dinheiro emprestado ao Governo Federal, o que geraria o famoso efeito dominó.
Há bastantes detalhes que por questões de absorção de conteúdo não fomos capazes de mencionar nestes 3 artigos. Entretanto, esperamos ter sido capazes de passar uma visão macro, porém necessária, a todos os investidores iniciantes.
Quaisquer dúvidas, paulo@paulomarostica.com .
Recomendo consultarem:
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto
http://www.planejar.org.br/educacao-continuada/artigos/
http://www.vidaedinheiro.gov.br/
http://pensologoinvisto.cvm.gov.br/
http://www.portaldoinvestidor.gov.br/
Deixando menos dinheiro na mesa – Parte 1
/0 Comentários/em Educação /por Paulo MarosticaAgora que já sabemos os conceitos e como raciocinam os bancos, vamos falar da relação entre as taxas (importante ler o post anterior, clique aqui).
Bom, os bancos então podem emprestar recursos ao Governo, a outros bancos e a você.
Quando o Governo Federal reduz a SELIC, dizemos que o dinheiro fica mais barato. O governo está pagando menos pelo empréstimo tomado por ele, logo os bancos também irão oferecer entre si, através do CDI, dinheiro a uma menor remuneração. E, por último, você cliente será impactado, pois pagará menos pelos seus recursos também.
Então, percebam que os bancos emprestam entre si através do CDI. O CDI é sempre muito próximo à SELIC, pois o bancos entendem que o risco de se emprestar a outro banco é quase o mesmo de se emprestar ao Governo. Mas… Atenção para este “mas”…
Quando o banco te empresta ele “nunca” (ou quase nunca) vai te pagar 100% do CDI, ou seja, normalmente o seu CDB será um determinado percentual do CDI inferior a 100%. Em alguns casos 72%, em outros 80%. Se este percentual for abaixo de 100%, isso significa que é mais barato pegar emprestado com você do que com o banco concorrente.
Assim, ao invés de o banco te pagar os 14%, que é aproximadamente o que ele paga ao tomar de outro banco, vai te pagar 11%, por exemplo.
Logo, fica a lição: na hora de investir em CDB fique atento ao percentual em relação ao CDI estão te oferecendo.
Mais no próximo post, Deixando menos dinheiro na mesa – Parte 2.
CDB? CDI? e Taxa Selic?
/2 Comentários/em Educação /por Paulo MarosticaPessoal,
Já ouviram falar de CDB? CDI? E Taxa SELIC?
O que estas taxas têm a ver entre si?
Pra facilitar o entendimento vou dividir o assunto em 3 posts.
Um sobre definições. Outro sobre como pensam os bancos e o último sobre tesouro direto.
Então, primeiro, as definições iniciais:
O CDB significa Certificado de Depósito Bancário, e é o instrumento utilizado pelos bancos quando tomam dinheiro emprestado, ou seja, o cliente entrega o dinheiro para o banco e o banco entrega um CDB, que nada mais é que um certificado, para o cliente.
O CDI é o Certificado de Depósito Interbancário ou Interfinanceiro, e tem a mesma mecânica do CDB, mas, aqui, é um banco emprestando para outro banco.
A SELIC por sua vez, é utilizada pelo Governo Federal como instrumento de política monetária e serve também como referência para corrigir a dívida do governo com os seus credores.
Outra definição importante é a de cliente tomador X cliente poupador.
Cliente tomador: aquele que toma empréstimos.
Cliente poupador: aquele que tem depósitos ou aplicações em bancos.
Ok, conceitos iniciais dados. Vamos agora explicar como os bancos raciocinam:
Bom, o Governo Federal é o maior devedor do país, e é também considerado o melhor pagador, portanto mais seguro para quem empresta. Então, para continuar, vamos pensar como um banco relacionando-se com um cliente tomador!
Ora, se eu, banco, empresto para o Governo Federal e ganho 14% em um ano, com um risco mais baixo, já que Governo é bom pagador, quando eu for emprestar para um cliente cujo histórico conheço bem menos que o do Governo, é natural que eu queira 14% ao ano somado a outro percentual, 2%, 5%, 10%… a depender de quem seja.
Ainda na visão do banco, mas agora mostrando o lado de cliente poupador, que vai emprestar estes recursos ao banco:
Neste caso, eu, banco, ao emprestar ao Governo Federal com ganhos de 14% em um ano, dificilmente vou remunerar um cliente aos mesmos 14% anualmente, pois já consigo isto do Governo Federal, ou com outros bancos concorrentes. Assim, o banco vai tomar seus recursos apenas, quase sempre que puder pagar abaixo de 14%.
Estas diferenças acima e abaixo de 14%, quando o banco empresta ou toma emprestado, são chamadas de spread bancário.
Mais no próximo post.
Sejam bem-vindos ao blog!
/5 Comentários/em Educação /por Paulo MarosticaPessoal,
Bem vindos ao blog!
Neste espaço, além de tratar dos mais variados assuntos relativos ao planejamento financeiro pessoal, iremos responder às duvidas dos leitores.
Iremos iniciar o blog com 3 posts, explicando noções iniciais acerca do funcionamento do Mercado Financeiro! Para receber as atulizações e futuros posts, cadastra-se para receber a nossa Newsletter clicando aqui.
Haverá espaço para discutirmos diversos temas relativos ao planejamento financeiro: previdência, seguros, educação financeira, planejamento tributário, financeiro e sucessório.
Será um prazer ficar à disposição para quaisquer esclarecimentos.
Grato,
Paulo Marostica